Como traumas de infância afetam a saúde ao longo da vida

O Estudo das Experiências Adversas na Infância (ACEs), liderado por Vincent Felitti e Robert Anda na década de 1990, revelou algo impressionante: eventos difíceis na infância, como abuso sexual, físico, moral, doença mental parental (depressão e suicídio), negligência/abandono dos pais, alcoolismo na família, pessoas de convivência próxima que foram presas, divórcio dos pais, aumentam significativamente o risco de problemas físicos e emocionais na vida adulta.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 17 mil pessoas e descobriram que quanto maior o número de experiências adversas na infância, maior a probabilidade de desenvolver problemas como ansiedade, depressão, vícios, doenças cardíacas e até menor expectativa de vida.

O estudo ajudou a conectar a infância com a saúde adulta, mostrando que traumas precoces não ficam apenas no passado, mas moldam nosso futuro de maneiras profundas. Hoje, os resultados do ACEs são amplamente usados na psicologia e na saúde para promover intervenções precoces e tratamentos mais eficazes.

Convido você a assistir ao vídeo de Nadine Burke Harris, pediatra canadense-americana, que, com uma explicação apaixonada, mostra como esses eventos difíceis afetam o cérebro infantil, trazendo consequências para a vida adulta.

Como traumas de infância afetam a saúde ao longo da vida

Para saber mais sobre o estudo ACE, deixo a referência do texto original.

Referência:

Felitti, V. J., Anda, R. F., Nordenberg, D., Williamson, D. F., Spitz, A. M., Edwards, V., Koss, M. P., & Marks, J. S. (1998). Relationship of childhood abuse and household dysfunction to many of the leading causes of death in adults: The Adverse Childhood Experiences (ACE) Study. American Journal of Preventive Medicine, 14(4), 245-258. https://doi.org/10.1016/S0749-3797(98)00017-8